O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, declarou que apresentará sua renúncia na segunda-feira ao presidente Sergio Mattarella, após sua derrota no referendo realizado neste domingo (04/12). Renzi admitiu sua derrota em entrevista coletiva no Palazzo Chigi, sede do governo italiano.
“Eu perdi e assumo a responsabilidade pela derrota. A experiência do meu governo termina aqui”, disse Renzi, após conhecer os resultados do referendo propostos por ele, no qual o “não” venceu com cerca de 59,1% dos votos, segundo projeções da emissora RAI, baseada em pesquisas de boca de urna. Já o grupo Mediaset indicou uma rejeição de 55% a 59% dos votos à proposta de Renzi.
O Ministério do Interior informou pouco depois do final da votação que a participação chegou a 68,99%. Mais de 51 milhões de italianos tinham sido convocados a votar no referendo. Segundo a agência de notícias italiana Ansa, a participação dos cidadãos italianos que vivem no exterior no referendo constitucional deste domingo foi de apenas 30,89%, somando 1.251.728 eleitores, sendo que a expectativa era de uma afluência de 40% de um total de pouco mais de 4 milhões.
Agência Efe
Primeiro-ministro Matteo Renzi declarou que renunciará na segunda-feira
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A reforma alteraria 47 dos 139 artigos da Constituição italiana, mas as principais mudanças atingiriam o Senado, que perderia muitas de suas competências legislativas e passaria a ter um caráter mais consultivo e de representação das regiões italianas.
Com a vitória do “não” e a renúncia de Renzi, o presidente italiano deverá convocar novas eleições. No entanto, a Itália vive atualmente em um limbo que dificulta a possibilidade de ir às urnas antecipadamente. A atual lei eleitoral do país foi declarada inconstitucional pela Justiça, e aquela aprovada pelo governo Renzi está diretamente ligada à reforma política, já que vale apenas para a Câmara dos Deputados.
Outra opção de Mattarella seria designar alguém para formar um novo gabinete. Cada vez mais desidratado politicamente, Silvio Berlusconi se disse disposto a patrocinar um governo de união nacional, inclusive chefiado por Renzi, para aprovar uma nova lei eleitoral e ir às urnas até a primavera europeia de 2017, quando o partido antissistema, populista e antieuro Movimento 5 Estrelas (M5S) poderia se tornar o mais votado do país.
(*) Com agências