As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) já iniciaram o processo de abandono de armas, afirmou Jesús Santrich, um dos representantes das FARC na CSIVI (Comissão de Acompanhamento, Impulso e Verificação à Implementação) nesta sexta-feira (02/12). O processo faz parte da implementação do acordo de paz, assinado com o governo em 24 de novembro e referendado pelo Senado e Câmara dos Representantes na quarta-feira (30/11).
“Estamos plenamente dispostos a seguir o caminho da paz e do debate democrático”, declarou Santricht, que disse que a destruição de materiais explosivos já foi iniciada.
A CSIVI, responsável por acompanhar o processo de paz, foi instalada nesta sexta-feira em Bogotá pelo governo colombiano, as FARC e a ONU e terá duração de até 10 anos, segundo o acordo final. Após o primeiro período de funcionamento, previso até janeiro de 2019, será avaliado se é necessário prorrogar sua operação. O alto comissionário para a paz, Sergio Jaramillo, detalhou que a comissão fará o controle das datas e dos pontos estabelecidos no acordo final de paz.
Agência Efe
Sergio Jaramillo e Juan Fernando Cristo farão parte de comissão de acompanhamento do processo de paz
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“Acabou o processo de Havana e começa o processo de construção da paz na Colômbia”, afirmou Jaramillo, que também fará parte da comissão, ao lado de Juan Fernando Cristo, ministro do Interior, Rafael Pardo, alto conselheiro para o pós-conflito. Pelas FARC, a comissão será integrada pelo chefe da equipe negociadora, Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Márquez, Victoria Sandino e Jesús Santrich.
“As estatísticas mostram que 50% dos processos de paz fracassam depois da assinatura do acordo. O desafio mais importante é daqui em diante”, declarou Jaramillo. Iván Márquez também ratificou que é hora de “materializar o pacto” e disse esperar gestos de reciprocidade por parte do governo, após o início da destruição de armas, com o progresso das leis de anistia e indulto.
O ministro do Interior, Juan Fernando Cristo, afirmou que o projeto de lei de anistia será levado ao Congresso na próxima segunda-feira (05/12), junto ao ato legislativo que integra a JEP (Jurisdição Especial de Paz) ao ordenamento constitucional do país.