Após 45 dias de greve, um sindicato dos caminhoneiros da Colômbia chegou a um acordo com o governo do país na madrugada desta sexta-feira (22/07), encerrando a mobilização.
Segundo o ministro dos Transportes colombiano, Jorge Eduardo Rojas, o acordo consta de 27 pontos, mas pode ser resumido em três principais. O primeiro permite que os próprios caminhoneiros passem a acordar o preço de seus serviços a partir de uma tabela de referência em um esquema de “liberdade vigiada”, o que significa que o governo poderá intervir em casos de distorção dos preços.
Agência Efe
Greve de 45 dias dos caminhoneiros se encerrou hoje
O segundo ponto determina que o governo irá oferecer os recursos para que os profissionais, principalmente os pequenos transportadores, possam sucatear seus caminhões antigos, de modo que consigam lucrar com o veículo a ser descartado.
Com o terceiro ponto os Ministérios do Trabalho e do Transporte deverão garantir e proteger os direitos trabalhistas dos caminhoneiros, o que inclui salários justos, acesso a benefícios em caso de acidente ou doença, inspeções regulares das condições de trabalho e estratégias para diminuir o risco de acidentes nas estradas.
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“Hoje que encerramos a greve, que foi formalmente suspensa, o fizemos porque conseguimos um acordo que atende nossas necessidades”, disse ao jornal colombiano El Espectador o diretor da Associação de Transportadores de Carga (ATC), Luis Orlando Ramírez.
Em declaração, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, celebrou o acordo. “O acordo com os caminhoneiros é uma oportunidade para gerar um sistema de transporte de carga justo e transparente”, disse o mandatário.
Acuerdo con camioneros es una oportunidad para generar un sistema de transporte de carga justo y transparente. pic.twitter.com/i6e5ycmY2N
— Juan Manuel Santos (@JuanManSantos) 22 de julho de 2016
A greve de caminhoneiros na Colômbia teve início há 45 dias e foi reprimida pela polícia em diversas ocasiões por bloquear rodovias. Várias pessoas ficaram feridas e um jovem foi morto na última semana durante um enfrentamento com o Esquadrão Antidistúrbios na cidade de Duitama, no norte da Colômbia.
Agência Efe
Greve dos caminhoneiros foi reprimida por forças colombianas
Além disso, a greve causou perdas calculadas em mais de um bilhão de pesos colombianos (mais de R$ 1,1 bilhão).
Para manter o abastecimento de alimentos pelo país, o governo organizou caravanas de caminhoneiros acompanhadas de escoltas da polícia e do Exército, visto que os motoristas que decidiam trabalhar, furando a greve, tinham seus veículos atacados pelos grevistas.